TOP 5
Nº 2
Nº 2
5 ROMANCES PREDILETOS
***
RODRIGO L.
1 - O Vermelho e o Negro, Stendhal
Minha conclusão, terminada a leitura, foi a de que o romance jamais alcançaria níveis tão elevados outra vez - não digo níveis técnicos, estéticos ou literários. Refiro-me, isso sim, às impressões e sensações particulares que um romance poderia me proporcionar. A narrativa perfeita.
2 - No Caminho de Swann, Marcel Proust
Considerando que toda lista está condicionada ao momento em que é feita, não exagero ao afirmar que, daqui a um ano, essa estará bastante modificada - restando, apenas, No Caminho de Swann. O livro ao qual sempre retorno. Com pelo menos uma leitura anual, qualquer romance se torna um enigma e uma obsessão pessoal: Proust permanece indecifrável e incompreensível em suas qualidades.
3 - Quincas Borba, Machado de Assis
A ironia é uma forma superior e amarga de inteligência. O fato deste romance ser melhor do que Dom Casmurro e Brás Cubas passa despercebido através de todo o século XX para que, finalmente, eu o revele aqui, agora.
4 - Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa
A mais intrincada e prazerosa leitura que o romance brasileiro pode proporcionar. Valeria só pela sintaxe perturbada, pela linguagem torta - mas como superar o aspecto profundamente humano dos personagens que, arrependidos, só parecem sofrer e temer?
5 - Os Maias, Eça de Queirós
Há que se ter muitas leituras para que se encontre uma cena final comparável à caminhada e às confidências e reflexões de Ega e Carlos no desfecho do romance - e tipos tão marcantes quanto os que povoam o Ramalhete e toda Lisboa. Tão irônico quanto Machado, Eça, contudo, é apaziguado por uma melancolia serena, mas gigantesca: a derrota superando o país, abarcando o indivíduo.
Minha conclusão, terminada a leitura, foi a de que o romance jamais alcançaria níveis tão elevados outra vez - não digo níveis técnicos, estéticos ou literários. Refiro-me, isso sim, às impressões e sensações particulares que um romance poderia me proporcionar. A narrativa perfeita.
2 - No Caminho de Swann, Marcel Proust
Considerando que toda lista está condicionada ao momento em que é feita, não exagero ao afirmar que, daqui a um ano, essa estará bastante modificada - restando, apenas, No Caminho de Swann. O livro ao qual sempre retorno. Com pelo menos uma leitura anual, qualquer romance se torna um enigma e uma obsessão pessoal: Proust permanece indecifrável e incompreensível em suas qualidades.
3 - Quincas Borba, Machado de Assis
A ironia é uma forma superior e amarga de inteligência. O fato deste romance ser melhor do que Dom Casmurro e Brás Cubas passa despercebido através de todo o século XX para que, finalmente, eu o revele aqui, agora.
4 - Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa
A mais intrincada e prazerosa leitura que o romance brasileiro pode proporcionar. Valeria só pela sintaxe perturbada, pela linguagem torta - mas como superar o aspecto profundamente humano dos personagens que, arrependidos, só parecem sofrer e temer?
5 - Os Maias, Eça de Queirós
Há que se ter muitas leituras para que se encontre uma cena final comparável à caminhada e às confidências e reflexões de Ega e Carlos no desfecho do romance - e tipos tão marcantes quanto os que povoam o Ramalhete e toda Lisboa. Tão irônico quanto Machado, Eça, contudo, é apaziguado por uma melancolia serena, mas gigantesca: a derrota superando o país, abarcando o indivíduo.
DAVI LARA
1 - O Processo, Franz Kafka
Não há nada que se compare a Kafka. Obra inacabada, um pouco impenetrável, O Processo é espantoso. Durante um tempo, num lugar perdido da memória, literatura e Kafka se confundiam para mim. Sempre serviu de refúgio. Sempre me deixa perplexo.
2 - Pais e Filhos, Ivan Turgueniev
Desconheço outro empreendimento literário que carregue tão merecidamente o fardo da perfeição.
3 - Lolita, Vladimir Nabokov
Segundo o censo do ano passado, já passa de um a soma de desafortunados que ingressaram (ou permaneceram) no curso de letras por má-influência do russo bilíngue. Compreendam, é impossível ficar alheio a Nabokov.
4 - O Lobo da Estepe, Hermann Hesse
Sim, eu gosto de Hermann Hesse. Não me incomoda a fama Paulo Coelho que lhe atribuem. Parece-me óbvia a discrepância dessa comparação. Devem pensar do mesmo modo todos que já tenham lido o alemão. Existem mais diferenças além de saber escrever. Falo isso porque também a temática de Hesse me agrada. Sua literatura investiga o homem. O seu envolvimento com a cultura oriental vem para somar, dá-lhe um olhar amplo e, não raramente, velado, misterioso. Gosto desses atributos.
5 - Cidades Invisiveis, Italo Calvino
Minha relação com Cidades Invisíveis está repleta de acontecimentos que extrapolam os restritamente literários, por si só satisfatórios. Tem também um encantamento, uma transcendência.
Não há nada que se compare a Kafka. Obra inacabada, um pouco impenetrável, O Processo é espantoso. Durante um tempo, num lugar perdido da memória, literatura e Kafka se confundiam para mim. Sempre serviu de refúgio. Sempre me deixa perplexo.
2 - Pais e Filhos, Ivan Turgueniev
Desconheço outro empreendimento literário que carregue tão merecidamente o fardo da perfeição.
3 - Lolita, Vladimir Nabokov
Segundo o censo do ano passado, já passa de um a soma de desafortunados que ingressaram (ou permaneceram) no curso de letras por má-influência do russo bilíngue. Compreendam, é impossível ficar alheio a Nabokov.
4 - O Lobo da Estepe, Hermann Hesse
Sim, eu gosto de Hermann Hesse. Não me incomoda a fama Paulo Coelho que lhe atribuem. Parece-me óbvia a discrepância dessa comparação. Devem pensar do mesmo modo todos que já tenham lido o alemão. Existem mais diferenças além de saber escrever. Falo isso porque também a temática de Hesse me agrada. Sua literatura investiga o homem. O seu envolvimento com a cultura oriental vem para somar, dá-lhe um olhar amplo e, não raramente, velado, misterioso. Gosto desses atributos.
5 - Cidades Invisiveis, Italo Calvino
Minha relação com Cidades Invisíveis está repleta de acontecimentos que extrapolam os restritamente literários, por si só satisfatórios. Tem também um encantamento, uma transcendência.
DANIEL OLIVEIRA
1 - Em busca do tempo perdido - No caminho de Swann, Marcel Proust
Na página em que a personagem principal da Recherche descreve a terrível angústia que sente pelo fato de sua mãe não lhe poder dar boa-noite naquela noite, eu decidi que gostava mais de literatura do que música. Antes, achava até ignorância pensar assim. Obs: o livro primeiro representa aqui toda a obra, que é dividida em 7 volumes.
2 - O grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
Fitzgerald, ao escrever a dramática história de Gatsby, não o fez pelo próprio personagem ou por um narrador onisciente, mas pelo olhar de um “simples” vizinho tão inexpressivo quanto impessoal. Eis um dos motivos da grandeza deste romance, e o principal pelo qual eu lhe dedico fervorosa admiração.
3 - O Processo, Franz Kafka
Kafka é provavelmente o autor mais imortal de todos os tempos. Não há ser humano, instituição, país ou época que não lhe abaixe a cabeça e confesse a mais despudorada fascinação pela sua obra – e eu não fujo à regra.
4 - Fome, Knut Hamsun
Fome, do escritor norueguês, é o meu xodó literário. O alter-ego de Hamsun é o meu predileto (sim! incrível! não é o de Proust!)
5 - O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
Meus colegas moedotecários certamente não porão esta singular obra no presente TOP 5, mas eu não a abandonei: para a grande maioria dos amantes de literatura da minha geração - e falo por estatística - tudo começou aqui.
Na página em que a personagem principal da Recherche descreve a terrível angústia que sente pelo fato de sua mãe não lhe poder dar boa-noite naquela noite, eu decidi que gostava mais de literatura do que música. Antes, achava até ignorância pensar assim. Obs: o livro primeiro representa aqui toda a obra, que é dividida em 7 volumes.
2 - O grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
Fitzgerald, ao escrever a dramática história de Gatsby, não o fez pelo próprio personagem ou por um narrador onisciente, mas pelo olhar de um “simples” vizinho tão inexpressivo quanto impessoal. Eis um dos motivos da grandeza deste romance, e o principal pelo qual eu lhe dedico fervorosa admiração.
3 - O Processo, Franz Kafka
Kafka é provavelmente o autor mais imortal de todos os tempos. Não há ser humano, instituição, país ou época que não lhe abaixe a cabeça e confesse a mais despudorada fascinação pela sua obra – e eu não fujo à regra.
4 - Fome, Knut Hamsun
Fome, do escritor norueguês, é o meu xodó literário. O alter-ego de Hamsun é o meu predileto (sim! incrível! não é o de Proust!)
5 - O retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
Meus colegas moedotecários certamente não porão esta singular obra no presente TOP 5, mas eu não a abandonei: para a grande maioria dos amantes de literatura da minha geração - e falo por estatística - tudo começou aqui.
EDER FERNANDES
1 - Os Maias, Eça de Queirós
Não me lembro na época de ter achado-o genial. Talvez, leitor imaturo, não me tenha debruçado mais fervorosamente diante do livro. Não importa. Durante os anos os personagens de Os Maias ainda ecoam em minha cabeça. Preciso relê-lo.
2 - Livro das Mil e uma Noites, Autor desconhecido
Se é ou não um romance, pouco importa. O fato é que a narração é forte e comove qualquer leitor. Não há que não sonhe e se delicie com as comidas, as mulheres bonitas e os lugares ditados pelo livro.
3 - Dom Casmurro, Machado de Assis
Que Memórias Póstumas seja o seu melhor livro. Dom Casmurro, no entanto, é o meu predileto do Bruxo do Cosme Velho. Depois de Capitu toda personagem feminina é como uma nota de rodapé: só a reitera.
4 - No Caminho de Swann, Marcel Proust
Ainda não li todos os volumes de Em Busca do Tempo Perdido. Mas não faz mal. O primeiro parágrafo deste livro é simplesmente o melhor primeiro parágrafo da literatura ocidental.
5 - São Bernardo, Graciliano Ramos
Seria Angústia, que é visivelmente melhor que São Bernardo, só que Paulo Honório é o melhor personagem de Graciliano que eu já li. Em vista disso, não posso escolher senão São Bernardo.
Não me lembro na época de ter achado-o genial. Talvez, leitor imaturo, não me tenha debruçado mais fervorosamente diante do livro. Não importa. Durante os anos os personagens de Os Maias ainda ecoam em minha cabeça. Preciso relê-lo.
2 - Livro das Mil e uma Noites, Autor desconhecido
Se é ou não um romance, pouco importa. O fato é que a narração é forte e comove qualquer leitor. Não há que não sonhe e se delicie com as comidas, as mulheres bonitas e os lugares ditados pelo livro.
3 - Dom Casmurro, Machado de Assis
Que Memórias Póstumas seja o seu melhor livro. Dom Casmurro, no entanto, é o meu predileto do Bruxo do Cosme Velho. Depois de Capitu toda personagem feminina é como uma nota de rodapé: só a reitera.
4 - No Caminho de Swann, Marcel Proust
Ainda não li todos os volumes de Em Busca do Tempo Perdido. Mas não faz mal. O primeiro parágrafo deste livro é simplesmente o melhor primeiro parágrafo da literatura ocidental.
5 - São Bernardo, Graciliano Ramos
Seria Angústia, que é visivelmente melhor que São Bernardo, só que Paulo Honório é o melhor personagem de Graciliano que eu já li. Em vista disso, não posso escolher senão São Bernardo.