TOP 5
Nº 4
Nº 4
5 MÚSICAS INTERNACIONAIS (NÃO-CLÁSSICAS E NÃO-JAZZ)
***
DANIEL OLIVEIRA
1 - Girl from the North Country, Bob Dylan
Ao compor Girl from the North Country - em talvez três, quatro acordes -, Dylan, sem o perceber, sobe às nuvens, conversa com Deus e descobre que a natureza, a vida, o amor, tudo que há de belo no mundo, está abaixo dessa melodia criada por mãos e voz humanas.
2 - ...And she closed her eyes, Stina Nordenstam
Uma devoção incompreensível. Toda vez que preciso escrever um texto, estudar para a prova, rabiscar ficção, esquecer alguma desavença, torcer pelo Corinthians, enfim, quase tudo, eu ponho essa música de menos de 2 minutos para escutar.
3 - Perfect Day, Lou Reed
Nunca procurei entender o significado da letra desta música. E nem quero saber. Prefiro assim: abstrair apenas a expressão “perfect day” e me obrigar a colocá-la como música de acompanhamento sempre que imagino uma situação solene: formatura, carnaval, velório, ou o fim do mundo.
4 - The Bourgeois Dream of Some White Trash Kid, As the Poets Affirm
Tenho alguma ligação espiritual com o Canadá: sempre exagero muito mais do que o necessário as obras que de lá aprecio. Quando li Saul Bellow e descobri que ele nascera canadense, quase pensei: “ah, então está explicado”. Na música é pior ainda: só Deus sabe que argumentos utilizo para defender artistas como Leonard Cohen, The Arcade Fire ou As The Poets Affirm. Sendo assim, creio ser esta a única maneira de explicar a presença de The Bourgeois Dream of Some White Trash Kid neste TOP 5.
5 - Mr. Tambourine Man, Bob Dylan
Ao compor Girl from the North Country - em talvez três, quatro acordes -, Dylan, sem o perceber, sobe às nuvens, conversa com Deus e descobre que a natureza, a vida, o amor, tudo que há de belo no mundo, está abaixo dessa melodia criada por mãos e voz humanas.
2 - ...And she closed her eyes, Stina Nordenstam
Uma devoção incompreensível. Toda vez que preciso escrever um texto, estudar para a prova, rabiscar ficção, esquecer alguma desavença, torcer pelo Corinthians, enfim, quase tudo, eu ponho essa música de menos de 2 minutos para escutar.
3 - Perfect Day, Lou Reed
Nunca procurei entender o significado da letra desta música. E nem quero saber. Prefiro assim: abstrair apenas a expressão “perfect day” e me obrigar a colocá-la como música de acompanhamento sempre que imagino uma situação solene: formatura, carnaval, velório, ou o fim do mundo.
4 - The Bourgeois Dream of Some White Trash Kid, As the Poets Affirm
Tenho alguma ligação espiritual com o Canadá: sempre exagero muito mais do que o necessário as obras que de lá aprecio. Quando li Saul Bellow e descobri que ele nascera canadense, quase pensei: “ah, então está explicado”. Na música é pior ainda: só Deus sabe que argumentos utilizo para defender artistas como Leonard Cohen, The Arcade Fire ou As The Poets Affirm. Sendo assim, creio ser esta a única maneira de explicar a presença de The Bourgeois Dream of Some White Trash Kid neste TOP 5.
5 - Mr. Tambourine Man, Bob Dylan
Assisti um documentário e vi Dylan tocando tal música. O contexto, a postura e a imagem, entre outros, me fizeram acreditar que a grande música não é apenas o sensorial. Os gênios sabem disso; eles ultrapassam esse primeiro plano. Dylan ultrapassou mais um pouquinho.
RODRIGO L.
1 - Blackbird, The Beatles
Paul sempre teve tudo o que faltou a Lennon. O "tudo" a que me refiro é, naturalmente, Blackbird - composição na qual dificilmente se consegue depreender o que há de mais tocante: se os acordes iniciais, se os versos finais, se aqueles passarinhos assoviando pelo meio.
2 - Devil Got My Woman, Skip James
Apreciar um blues é como apreciar um soneto. E só com essa canção começo a percebê-lo - meu desinteresse e, mais, minha aversão ao estilo desaparecem a partir daqui.
3 - Tom Joad, Woody Guthrie
Diante da dificuldade de se fazer listas, usemos recursos desonestos: aqui estão Woody Guthrie e sua canção para que possam representar toda a tradição folk estadunidense.
4 - Volver, Carlos Gardel
Ter um tango favorito é questão de bom senso e decência. Volver, a maior dor da música platina, é o meu.
5 - I Walk the Line, Johnny Cash
O surpreendente poder das canções de Cash não se prende a um tema ou estilo: esteja matando homens em Reno ou fazendo promessas amorosas, sua música e sua voz preservam essa capacidade assustadora de devastar.
Paul sempre teve tudo o que faltou a Lennon. O "tudo" a que me refiro é, naturalmente, Blackbird - composição na qual dificilmente se consegue depreender o que há de mais tocante: se os acordes iniciais, se os versos finais, se aqueles passarinhos assoviando pelo meio.
2 - Devil Got My Woman, Skip James
Apreciar um blues é como apreciar um soneto. E só com essa canção começo a percebê-lo - meu desinteresse e, mais, minha aversão ao estilo desaparecem a partir daqui.
3 - Tom Joad, Woody Guthrie
Diante da dificuldade de se fazer listas, usemos recursos desonestos: aqui estão Woody Guthrie e sua canção para que possam representar toda a tradição folk estadunidense.
4 - Volver, Carlos Gardel
Ter um tango favorito é questão de bom senso e decência. Volver, a maior dor da música platina, é o meu.
5 - I Walk the Line, Johnny Cash
O surpreendente poder das canções de Cash não se prende a um tema ou estilo: esteja matando homens em Reno ou fazendo promessas amorosas, sua música e sua voz preservam essa capacidade assustadora de devastar.
DAVI LARA
1 - Chan, Chan, Buena Vista Social Club
A impressão angustiante que fica ao escutar esta canção é que ela não começa nem tem fim. A sua representação visual seria uma espiral girando, sem sair do lugar, em volta de seu eixo. O registro dela, do modo como foi feito, é um acontecimento insólito. Eu, cá na minha intimidade, sempre arregalo os olhos diante do prodígio.
2 - A Day in a Life, The Beatles
Para representar o Beatles, sem que os ingleses ocupem, no mínimo, três das cinco vagas, A Day in a Life é perfeitamente conveniente. Por sua representatividade histórica, última faixa do revolucionário Sgt. Pepper's; pelo experimentalismo; pelo arranjo; canção composta, a rigor, pela hábil união de duas canções, a de John e a de Paul - Harrison que me perdoe. Por isso tudo... Mas a verdade é que quando a voz de John irrompe, pairando sobre o piano, as cordas, e a discreta e em constante ascensão bateria, não é difícil esquecer toda a obra dos Beatles.
3 - Good Vibration, Beach Boys
Todo o Smile está contido em Good Vibration. Sem ser minha predileta do lendário álbum que superaria o Sgt. Pepper´s (e, tardiamente, talvez o tenha feito), é, sem dúvida, a mais imponente.
4 - Oh What a World, Rufus Wainwright
O meu gosto, tal como o gosto geral e, portanto, fáceis e óbvias razões, apontavam para Cigarettes and Chocolat Milk. Porém, a grandiloqüência é coisa para poucos. Em Oh What a World, Rufos é gigante, farta-se em excessos, mas nada sobra.
5 - I’m calling you, Alguém
Não estou certo quanto ao nome dos intérpretes ou do(s) compositor(es). Na verdade, acabo de procurá-los, sem êxito, em um site de pesquisas. Bob Telson é o único nome confiável. Não tem problema, o que conta é a canção, premiada canção da trilha sonora de Bagdad Café (o tal do Bob Telson é o responsável pela trilha). Nunca gostei muito de canções em trilhas sonoras, preconceito bobo, mas preconceito meu, portanto, importante para mim. Depois de ver o citado filme, vejam vocês, ele me fisgou pela canção.
A impressão angustiante que fica ao escutar esta canção é que ela não começa nem tem fim. A sua representação visual seria uma espiral girando, sem sair do lugar, em volta de seu eixo. O registro dela, do modo como foi feito, é um acontecimento insólito. Eu, cá na minha intimidade, sempre arregalo os olhos diante do prodígio.
2 - A Day in a Life, The Beatles
Para representar o Beatles, sem que os ingleses ocupem, no mínimo, três das cinco vagas, A Day in a Life é perfeitamente conveniente. Por sua representatividade histórica, última faixa do revolucionário Sgt. Pepper's; pelo experimentalismo; pelo arranjo; canção composta, a rigor, pela hábil união de duas canções, a de John e a de Paul - Harrison que me perdoe. Por isso tudo... Mas a verdade é que quando a voz de John irrompe, pairando sobre o piano, as cordas, e a discreta e em constante ascensão bateria, não é difícil esquecer toda a obra dos Beatles.
3 - Good Vibration, Beach Boys
Todo o Smile está contido em Good Vibration. Sem ser minha predileta do lendário álbum que superaria o Sgt. Pepper´s (e, tardiamente, talvez o tenha feito), é, sem dúvida, a mais imponente.
4 - Oh What a World, Rufus Wainwright
O meu gosto, tal como o gosto geral e, portanto, fáceis e óbvias razões, apontavam para Cigarettes and Chocolat Milk. Porém, a grandiloqüência é coisa para poucos. Em Oh What a World, Rufos é gigante, farta-se em excessos, mas nada sobra.
5 - I’m calling you, Alguém
Não estou certo quanto ao nome dos intérpretes ou do(s) compositor(es). Na verdade, acabo de procurá-los, sem êxito, em um site de pesquisas. Bob Telson é o único nome confiável. Não tem problema, o que conta é a canção, premiada canção da trilha sonora de Bagdad Café (o tal do Bob Telson é o responsável pela trilha). Nunca gostei muito de canções em trilhas sonoras, preconceito bobo, mas preconceito meu, portanto, importante para mim. Depois de ver o citado filme, vejam vocês, ele me fisgou pela canção.