2 - APOCALYPSE NOW (Apocalypse Now, EUA)
O vi, salvo engano, cinco ou seis vezes. Pouco ainda.
3 - OITO E MEIO (8 ½, Itália)
Tipo de filme que é muito bom para não constar em minha lista.
4 - BLOWUP - DEPOIS DAQUELE BEIJO (Blowup, ITÁLIA/UK)
Um filme pedagógico. Bem ao estilo "para entender o cinema".
5 - TAXI DRIVER(Taxi Driver, EUA)
Assim como Raging Bull, sei algumas falas de cor. Assim como Raging Bull, o vi algumas dezenas de vezes. Obra inesgotável.
---------------------------------------------------------------------------------
2 - RASTROS DE ÓDIO (The Searchers, EUA)
Quando os sociólogos e antropólogos vierem lhe dizer que gênios não existem, você tem duas opções: ou você os faz escutar a 9ª de Beethoven, ou lhes mostra Rastros de Ódio, de John Ford.
3 - O PIANO(The Piano, AUSTRÁLIA/EUA)
Jô Soares, um cinqüentão, afirma ter assistido Cidadão Kane mais de 30 vezes. Sou bem mais jovem que Jô e só assisti a O Piano umas 13 vezes – pretendo chegar aos 100. A 1ª vez foi num longínquo trabalho de escola. A 2ª, vista numa fase menos apalermada, foi para alimentar a fome cinéfila. As outras 11 foram por causa de Holly Hunter. E as próximas 87 também serão.
4 - O HOMEM QUE COPIAVA (BRASIL)
O primeiro filme que eu admirei passionalmente de fato.
5 - A NOITE (La Notte, ITÁLIA)
Minha primeira grande experiência intelectualóide do audiovisual.
---------------------------------------------------------------------------------
A cena inicial sintetiza muito do que vem depois e é a minha cena predileta do cinema; a lassidão, a fumaça do cigarro, o preto em branco. Muito mais que o argumento propriamente dito, o distinto em Condenação é a sua atmosfera, opressora, daninha. O filme atinge o ápice nas cenas mais misteriosas como o confronto do homem com o cão ou o sapateador solitário e inadequado. Não sei dizer exatamente porque o primeiro lugar, mas nunca titubeei.
2 - AMOR À FLOR DA PELE (Fa yeung nin wa, HONG KONG)
Lembro-me da cena na qual os cabelos da moça voam enquanto corre uma escada acima com uma tigela de macarrão. Lembro-me do vapor que as panelas que cozinham o macarrão libaram quando destampadas. Lembro-me da estampa do papel de parede da casa da moça. Lembro-me também do ambiente monótono do apartamento vizinho. Lembro-me de inúmeros detalhes, de inúmeras sensações. O que me escapa à memória não desabilita uma das mais intensas experiências cinematográficas que tive. Ao contrário: ressalta sua importância.
3 - GRITOS E SUSSURROS (Viskningar och Rop, SUÉCIA)
Algum filme de Bergman teria que entrar em meu TOP 5. De acordo com minha preferência pela concisão e pela poesia, Gritos e Sussurros é a escolha inevitável.
4 - KRAMER VS KRAMER(Kramer Vs Kramer, EUA)
Este filme não entraria nesta lista se eu não o tivesse re-assistido por acaso há poucos dias. As atuações são impressionantes (destaque para Dustin Hoffman e Meryl Streep) e toda a delicadeza com que aborda o tema faz-nos penetrar no mundo alheio. Poucos filmes conseguiram grau tão elevado de sinceridade. Mesmo consciente da sua singeleza, é difícil ficar aparte. Talvez esta mesma simplicidade seja uma das características principais.
5 - 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (2001: A Space Odissey, EUA)
Todos que conhecem minhas preferências se espantarão com falta de Kurosawa ou de Lynch neste TOP 5. Assim como o envolvimento parcial com o quarto lugar foi preponderante, uma avaliação refletida não me deixa escolha quanto à quinta colocação. Impossível negligenciar a perfeição atingida por 2001.
---------------------------------------------------------------------------------
2 - OS INCOMPREENDIDOS (Les 400 Coups, FRANÇA)
Jules et Jim melhora a cada sessão que me imponho, mas, ainda que repetido infinitas vezes, jamais alcançará o nível de Os Incompreendidos - sei, apenas, que Doinel é o maior sofredor do cinema: ao fim da película, nem eu, que me compadeço de sua situação, consigo compreender o seu olhar perdido.
3 - TAXI DRIVER (Taxi Driver, EUA)
Um filme em que toda cena é pensada para ser clássica e, mais do que isso, perturbadora. A sordidez de NY e de Travis Bickler se encontram e travam duelos aos quais ninguém passa imune.
4 - A NOITE (La Notte, ITÁLIA)
O máximo de sobriedade na câmera. O máximo de inteligência e concisão nos diálogos. Como não bastasse, atua um trio do qual Antonioni consegue tirar também o máximo: Mastroianni, Moreau e Vitti encenam a mais contundente e elegante crise de relacionamento do cinema.
5 - OITO E MEIO (8 1/2, ITÁLIA)
Sobre a sua memória, Guido confronta, cheio de dor e ironia, a eterna e incontornável questão: até que ponto vida e obra convivem harmoniosamente? Fellini produz, com a maestria que lhe é típica, a mais bem acabada representação cinematográfica do artista - falhado, egocêntrico, vaidoso e compassivo, Guido sai das telas direto para as antologias.